2° ENCONTRO DO ANO DA CARIDADE
Diocese de Caetité
Paróquia Bom Jesus - Brumado - BA
TEMA: Políticas públicas: Saúde e Educação
Aconteceu
nesta sexta-feira no Auditório Professor Fábio Teixeira (CEMEAS) a abertura do
segundo encontro do ano da caridade. Neste encontro estiveram presentes
diversas lideranças sociais.
Justificativa:
No contexto do "Ano da Caridade" dentro
do projeto de Evangelização da diocese de Caetité em preparação ao seu
centenário e fazendo eco da Campanha da Fraternidade deste ano de 2012, a
Paróquia Bom Jesus, pretendendo contribuir com a sociedade, abre um espaço para
reflexão sobre a temática "Política PÚBLICAS: SAÚDE E EDUCAÇÃO".
Conscientizar a população sobre os direitos
constitucionais à saúde e educação públicas com qualidade, possibilitando a
organização popular no sentido de atenção e acompanhamento do poder público
para que esta finalidade seja cumprida é o que desejamos ao realizar este
evento.
Acompanhemos
o desenrolar das palavras de Antônio S. Evangelista que é pós-graduado em Fé e
Política pela PUC-RIO. Vale lembrar que o texto abaixo foi transcrito e adaptado.
“Que a
saúde se difunda sobre a terra”(Eclo. 38,8). Este é o desejo não só da igreja,
mas de todos. Para que isto realmente aconteça precisamos refletir sobre o tema
Cáritas (Caridade). Faremos aqui um paralelo
entre a Campanha da Fraternidade 2012 e o Projeto de Evangelização da Diocese
de Caetité em preparação ao seu primeiro centenário, afinal, não teremos como
alcançar nossos objetivos se não fizermos a relação entre Caridade e Saúde.
Não
estamos aqui para estudar a caridade como muitas pessoas sempre fizeram
pensando que "caridade é se desfazer de algo que não me satisfaz mais”.
Irmãos, graças a Deus nós evoluímos e não temos mais este pensamento.
Iremos
sim, refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida
saudável, suscitando o espírito fraterno. Visto que, nos dias atuais, a
fraternidade se tornou algo tão raro que precisou até se transformar em
campanha.
Temos consciência
de que muitos querem buscar, querem mudar a realidade mundial, mas muitos
ainda não querem mudar sua forma de vida. temos que entender que para "que
a saúde se difunda sobre a terra" precisamos entender primeiro que as
pessoas precisam de nós. Precisamos fazer mais saúde pública, precisamos nos
dedicar mais aos nossos irmãos.
Alguns
não sabem por onde começar, e aqui vão algumas reflexões que poderão ajudar. Irmão,
até visitar um enfermo, ouvir-lo é fazer saúde pública. A maioria das pessoas
hoje já não sabe o que isto significa para um doente. Talvez o corre-corre do
nosso dia-a-dia não nos permite entender a importância que isto traz para a
sociedade.
Lembra o que aconteceu quando Maria, ficou sabendo que a sua prima
Isabel estava precisando de ajuda durante a gravidez? Maria vai ao encontro
de Isabel. A visita de Maria à sua prima Isabel é sinal de Deus que, em Jesus,
visita o seu povo. Precisamos aprender o bem que a visita traz a uma pessoa,
mas não é chegar lá e ficar conversando sem deixar que o doente se expresse.
Não! Precisamos aprender a ouvir o enfermo. Ele é o principal, deixe-o se expressar.
Outro
ponto que precisamos entender é a diversidade e a realidade regionais. A
sociedade geme em dores de parto (campanha da fraternidade do ano passado -
2011). Exemplo: ainda existem pessoas que vivem do lixo.
Irmãos, muitos podem até pensar que o trabalho de seleção do lixo é
importante para empregar as pessoas, mas se enganam. Este trabalho não ajuda no
desenvolvimento social de ninguém. Outros pensam que podem ajudar estas
pessoas que trabalham no lixo se separar o lixo em casa antes de enviar para a
coleta. Irmãos, isto não é fazer caridade. Quando você aumenta a quantidade de lixo no mundo
pensando que vai ajudar outras pessoas você está sendo um ignorante em não
conseguir entender que só está contribuindo para o desgaste da natureza.
Hoje “Uma
em cada sete pessoas no mundo vai para a cama com fome, na maioria mulheres e
crianças”, disse a diretora da representação do PAM em Genebra (Suíça), Lauren
Landis, no seminário intitulado Lutar Juntos Contra a Fome. “A fome mata
anualmente mais pessoas do que os vírus que transmitem a AIDS, a malária e a
tuberculose”, acrescentou (Agência Brasil).
Existem
muitas coisas que a gente pode fazer para ajudar as pessoas. A ajuda que
propomos não é dar uma cesta básica, é fazer um algo a mais para a comunidade, é sair da inércia e colocar a mão na massa.
Exemplo: A dengue depende ou não de nós? Como vai a saúde do brasileiro?
Isto depende da gente.
Quando
falamos em saúde não estamos nos referindo só da saúde corporal. As doenças
emocionais, do espírito e da alma também podem ser discutidas aqui. O nosso
corre-corre nem sempre nos permite perceber isto, mas ainda dá tempo de mudar
esta realidade. Como exemplo temos a mortalidade infantil.
A Zilda Arns fez a sua parte incentivando o uso da multimistura, do soro caseiro, do aleitamento materno. Podemos pensar que a água, o sal e o açúcar usado no soro caseiro é pouco para mudar o rumo da saúde pública no país, mas isto ajudou a salvar muita gente.
A Zilda Arns fez a sua parte incentivando o uso da multimistura, do soro caseiro, do aleitamento materno. Podemos pensar que a água, o sal e o açúcar usado no soro caseiro é pouco para mudar o rumo da saúde pública no país, mas isto ajudou a salvar muita gente.
Notamos assim que para
isto não foi preciso muita coisa. O componente principal para este início
foi a sensibilidade e a movimentação popular. Irmãos, os grandes processo de
mudança na humanidade começam na base. Bom seria se estes movimentos sociais
tivessem surgido dos nossos governantes. Mas não! Surgiu de movimentos simples
e ajudaram e muito para que a "saúde se difundisse sobre a terra".
Não dá
para alcançar a eternidade enquanto existir pessoas doentes. Hoje podemos dizer
que a ausência da saúde pública é um grande pecado social.
A nossa
realidade social deveria ser de mais participação nos conselhos de controle
social.
Veja a relação médico paciente, em muitos lugares isto já não existe
mais. O dinheiro fala mais alto. Em muitos hospitais quando se vai, antes do
paciente explicar o que está sentindo o médico já está prescrevendo um
comprimido de paracetamol para ser ingerido a cada seis horas e entregando ao paciente sem nem
fazer a consulta no paciente antes.
Estudos nos dizem que uma consulta deveria durar pelo menos 15 minutos, mas o que dizer dos médicos de PSFs que atendem sozinhos quase 60 pessoas em uma tarde? Existe possibilidade de este ser estar contribuindo para que a saúde se difunda sobre a terra? Continuaremos sofrendo sem que a saúde se difunda sobre a terra, enquanto os agentes da saúde estiverem isolando seus pacientes, enquanto eles não entenderem que precisam examinar, tocar seus pacientes e que este simples toque pode curar,
Estudos nos dizem que uma consulta deveria durar pelo menos 15 minutos, mas o que dizer dos médicos de PSFs que atendem sozinhos quase 60 pessoas em uma tarde? Existe possibilidade de este ser estar contribuindo para que a saúde se difunda sobre a terra? Continuaremos sofrendo sem que a saúde se difunda sobre a terra, enquanto os agentes da saúde estiverem isolando seus pacientes, enquanto eles não entenderem que precisam examinar, tocar seus pacientes e que este simples toque pode curar,
As
pessoas estão se isolando das demais. Muitos já não querem ter contato com o
seu próximo. Vamos voltar a falar das visitas: Hoje muitos não sentem mais bem
em visitar. Ninguém sente mais a consciência pesada quando não visita uma
pessoa.
Antigamente quando alguém estava doente todos se sentiam no dever de fazer companhia aos enfermos. E quando acontecia de o enfermo vir a óbito antes da visita acontecer ficava aquela consciência pesada. Precisamos entender que sentimos a necessidade de estar ao lado das pessoas que amamos. Nos momentos difíceis é que sentimos mais falta dos nossos entes. Quando uma criança, por exemplo, está se sentindo em perigo ela procura logo o colo da mãe. O mesmo acontece com os enfermos. Olhar para uma pessoa amada em um momento difícil faz muito bem, mas muitos não têm coragem de dizer ou simplesmente não possuem a oportunidade para tal.
Antigamente quando alguém estava doente todos se sentiam no dever de fazer companhia aos enfermos. E quando acontecia de o enfermo vir a óbito antes da visita acontecer ficava aquela consciência pesada. Precisamos entender que sentimos a necessidade de estar ao lado das pessoas que amamos. Nos momentos difíceis é que sentimos mais falta dos nossos entes. Quando uma criança, por exemplo, está se sentindo em perigo ela procura logo o colo da mãe. O mesmo acontece com os enfermos. Olhar para uma pessoa amada em um momento difícil faz muito bem, mas muitos não têm coragem de dizer ou simplesmente não possuem a oportunidade para tal.
Tem gente
ficando doente por que não sorri mais. Por que não conversa mais com outras
pessoas. Precisamos nos preocupar mais com as outras pessoas. Isto é fazer
caridade. Isto é fazer com "que a saúde se difunda sobre a terra".
Tem muita
gente morrendo sem poder pegar na mão da pessoa amada. Lembre-se, no momento da
dor, sempre buscamos refúgio em quem amamos. e quando não encontramos esta ajuda deixamos de ser simples pacientes e nos tornamos impacientes.
15% do
valor do município deve ser investido na saúde. Alguém sabe disto? Não sabemos
se isto está sendo realizado realmente, mas as contas das prefeituras estão
sendo aprovadas. (Teremos a certeza de que isto realmente estará acontecendo
quando tivermos pessoas comprometidas tratando deste assunto).
Algumas
pessoas tentam tirar o corpo fora quando se fala em política. Irmãos parem de
se enganar ao deizer que você não tem nada a ver com o que acontece ao seu lado! Tudo na
vida é política. Somos seres políticos por natureza. O que não devemos fazer é
politicagem, mas, no mais, devemos sim dar a nossa contribuição.
É
importante saber se as coisas estão dando certo. Pare de pensar que não foi com
você.
Quando
falo neste assunto lembro-me da música do Pe. Zezinho que diz assim:
Jesus
Cristo me deixou inquieto
nas
palavras que ele proferiu.
Nunca
mais eu pude olhar o mundo,
Sem
sentir aquilo que Jesus sentiu:
Eu vivia
tão tranquilo e descansado
e pensava
ter chegado ao que busquei.
Muitas
vezes proclamei extasiado
que, ao
seguir a lei de Cristo, eu me salvei.
Mas
depois que meu Senhor passou,
nunca
mais meu coração se acomodou.
Minha
vida que eu pensei realizada,
esbanjei
como semente em qualquer chão.
Pouco a
pouco, ao caminhar na longa estrada,
percebi
que havia tido uma ilusão.
Mas
depois que meu Senhor passou,
ilusão e
comodismo se acabou.
Jesus me
deixa inquieto. A situação vivida por muitas pessoas me deixa inquieto. e você,
Jesus continua te deixando inquieto? Se as palavras dele não estão te deixando
inquieto tens que parar para analisar a vida.
Em 2050
mais de 22% da população será idosa. Vamos fazer o que com o idoso? O governo vai
fazer o que? Investir em políticas publica ou em asilos?
Devemos
pensar além da visão política partidária. Ex: a pastoral da criança deve fazer
parte da comissão da merenda escolar, cada um de nós devemos buscar aquilo que é de nosso interesse.
Devemos
estar atentos à dimensão dos cuidados. Nisto podemos pensar na parábola do bom
samaritano. Do ponto de vista majoritário esta parábola foi
contada por Jesus a fim de ilustrar que a compaixão deveria ser aplicada a
todas as pessoas, e que o cumprimento do espírito da Lei é tão importante
quanto o cumprimento da letra da Lei. Jesus coloca a definição de próximo
num contexto mais amplo, além daquilo que as pessoas geralmente consideravam
como tal.
Cuidado
com aqueles que somente buscam intervenções científicas para curar aquilo que
uma simples conversa poderia resolver. Não podemos no esquecer que muitas vezes
somos influenciados a somente vivermos alimentando uma sociedade consumista e
que muitas vezes não está nem um pouco preocupada com seu bem estar. Não nos
esqueçamos que quando defendemos uma intervenção medicamentosa estamos
também valorizando um sistema. Tomemos cuidado!
A saúde vinculada
somente à comoção tem causado ou inibido outros fatores preocupantes e entre
esses a dificuldade de se difundir a “causa”.
Não
podemos esquecer que a dimensão espiritual hoje, depois de 2000 anos de luta e
de negações, ela faz parte no entendimento da saúde. Muitos são os casos
comprovados que as pessoas são curadas com o auxílio da fé ou de ações sociais
semelhantes.
A igreja
está fazendo a sua parte e muitas são as conquistas. Não é de hoje que estamos empenhados em buscar a
saúde para a população através de
campanhas tentamos despertar nas pessoas a importância de se trabalhar em prol dos
irmãos.Fazemos isto através de campanhas divulgadas ao longo dos anos.
CF-1981
Tema: Saúde e Fraternidade
Lema: Saúde para todos
CF-1984
Tema: Fraternidade e Vida
Lema: Para que todos tenham Vida
Tema: Fraternidade e Vida
Lema: Para que todos tenham Vida
Faça você também a sua parte!
Para terminarmos deixamos uma reflexão:
Que possamos ser diferentes e não indiferentes nas mais variadas situações da sociedade.
Paz e Bem a todos!
Para terminarmos deixamos uma reflexão:
Que possamos ser diferentes e não indiferentes nas mais variadas situações da sociedade.
Paz e Bem a todos!
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